Moradia

Moradia
withe planet

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A história da moradia no Brasil


 
Os primeiros abrigos humanos localizados em território brasileiro por cientistas foram chamados de sambaquis. Historiadores acreditam que essas moradias surgiram há 12 mil anos. A palavra tem origem indígena, uma junção de Tambá (concha) e Ki (depósito). Os sambaquis foram descobertos ao longo de toda a costa brasileira, e são formados por esqueletos humanos, artefatos de pedra, cerâmica e conchas. As construções têm tamanhos diferentes. A maior delas já encontrada até hoje tem 400 metros de extensão e 30 de altura. Alguns sambaquis já foram localizados também no interior e às margens de rios. Recentes pesquisas do MAE revelaram ainda que os sambaquis eram monumentos intencionais, muito provavelmente feitos com a finalidade de servirem de túmulos.
Mais tarde, no País habitado pelos índios, a forma de moradia que se tornou mais popular foi a maloca, disposta em círculos nas aldeias. Os índios do Brasil não formam um só povo, possuem hábitos, costumes e línguas diferentes. Os Ianomâmis, por exemplo, se estabeleceram em grandes casas comunais. A maloca desses índios é uma moradia redonda, com o topo cônico. Nessas aldeias, várias pessoas vivem juntas numa moradia, variando entre 30 e 100 índios num mesmo local.
Com a chegada dos portugueses, aparecem as capitanias hereditárias e, mais adiante, as sesmarias, que passaram a traduzir a nova distribuição de terra e posse do Brasil: a grande propriedade. As terras do País foram então distribuídas aos portugueses escolhidos pela coroa.
"Os portugueses que vieram colonizar o Brasil viveram aqui seu período feudal, só que com escravos", conta Marcos da Costa. "Primeiro a escravização dos índios e, posteriormente, da população africana." Essa estrutura de população também foi responsável pelo surgimento de um novo núcleo habitacional, os quilombos, formados por escravos fugitivos. "Nessas regiões, a posse de terra e a idéia de moradia tinham um significado de paz e liberdade", resume Costa.
Já no século 19 apareceram os cabanos, pequenos posseiros da província de Pernambuco. Esses trabalhadores eram homens livres, mas viviam como os escravos, sem direito a terras e guiados pela ordem de poderosos produtores de açúcar. O ano de 1832 marcou a Revolução dos Cabanos, "classificada como uma luta verdadeiramente classista, onde os trabalhadores rurais buscavam mais direitos a terra e segurança", conta Costa. A Cabanagem é considerada por muitos historiadores como a mais popular e ampla revolta da época imperial no Brasil. Sofreu uma repressão intensa que terminou com um saldo de 40 mil pessoas mortas.
Ainda no Segundo Império, as moradias despontaram como o principal símbolo de opulência. As casas eram ícones de distinção de classes. Os palacetes urbanos eram reservados à nobreza, enquanto a realeza viva nos palácios. Nessa época, as leis começam a regulamentar o crescimento e o funcionamento do espaço urbano. Com as mudanças sociais que vieram com a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, os espaços se tornaram mais compactos. Nesta época surgem os cortiços, as vilas operárias e as primeiras favelas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário